Entrevistas do governo a estrangeiros mostram tensão com mídia nacional
As entrevistas concedidas pela presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a jornais estrangeiros evidenciam o momento ruim da relação entre o governo e a imprensa nacional. O clima de "hostilidade" foi percebido especialmente na conversa dos jornais de outros países com Lula, que atacou o jornalismo político do Brasil.
O jornal espanhol "El País" foi uma das publicações que percebeu os problemas na relação entre o governo e a imprensa, e tratou a entrevista de Lula como sintoma do estado das relações entre o governo e a imprensa nacional. O jornal mexicano "El Universal" chegou até mesmo a usar a questão da relação com a mídia em sua manchete: "Lula: Imprensa geram no Brasil clima similar ao da Venezuela", diz, em comparação com a forte tensão política no país governado por nicolás Maduro.
A relação entre governo e imprensa foi tema de reportagem publicada no Brasil pelo jornal "O Globo", que analisou as diferentes versões da entrevista concedida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a jornalistas estrangeiros, no início da semana. Segundo o jornal, a conversa com Lula rendeu diferentes relatos sobre as declarações, indo "de olhares mais críticos a abordagens menos incômodas".
A entrevista de Lula ocorreu dias depois de a presidente Dilma Rousseff falar com a mídia internacional, no que está sendo visto como uma tentativa de amplificar a versão do governo para a crise política. "Dois pilares compõem o plano: os argumentos em defesa da continuidade do mandato da presidente Dilma Rousseff e a resposta às denúncias que recaem sobre o ex-presidente", diz "O Globo".
O jornal brasileiro destacou ainda pontos das reportagens do "The New York Times" e do "Guardian" apresentaram contrapontos que põem em dúvida a estratégia de massificar a reprodução de pontos de vista favoráveis a Lula e ao governo. "O 'Guardian' afirmou que o ex-presidente não conseguiu explicar como ele e Dilma comandaram o país sem notar que 'enormes esquemas de corrupção' financiavam campanhas eleitorais de grandes partidos.
Dilma concedeu entrevista coletiva a correspondentes de seis jornais estrangeiros e reforçou a ideia de que não vai renunciar ao seu mandato. "Por que querem minha renúncia? Por que sou uma mulher fraca? Não sou", disse, em conversa de mais de uma hora foi concedida a repórteres do francês "Le Monde", do norte-americano "The New York Times", do argentino "Pagina 12″, do espanhol "El País", do inglês "The Guardian" e do alemão "Die Zeit". Dias depois, Lula reuniu mais de 20 jornalistas estrangeiros para dar entrevista.
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